Uma casinha rústica, moderna e minimalista

Elisabete Figueiredo—HOMIFY Elisabete Figueiredo—HOMIFY
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A técnica é, por definição, o instrumento com o qual a arquitetura e a construção em geral contam para realizar a expressão das construções e concretizar os espaços. A técnica, como os materiais de construção, está em constante evolução, mas tal não impede que as velhas técnicas de construção sejam mantidas e passadas de geração em geração, porque, conforme mudam os espaços, também podem ser modificadas as formas de aplicação dos materiais e as utilizações que lhes são dadas.

Considere o tijolo, por exemplo, que tem milhares de anos de aplicação e tradição em construção, e que apesar disso é sempre motivo de investigação e procura de novas formas de uso. O mesmo acontece com outros materiais, como madeira ou pedra, como se vê nesta moradia em Bustelo, na Corunha, em Espanha, uma criação da AD + arquitetura que procurou mudar a expressão da pedra na construção, com respeito por todo o peso desse material na história construtiva.

Paredes paralelas

A casa tem uma forte imagem ligada à presença de paredes revestidas a pedra, construídas paralelamente umas às outras, e formando entre elas cada um dos espaços da vivenda. As paredes unem-se através de uma série de vigas na mesma tonalidade de cor que as aberturas e paredes intermédias.

De face voltada para o sol

Estes espaços entre paredes, como lhes poderíamos chamar, definem-se pelo relacionamento aberto ao sol e pela sua procura com a intenção de inundar o espaço interior de luz. Esta necessidade pode ser verificada pelo tipo de aberturas (do chão ao teto), que aproveitam o máximo da sua superfícies para deixar entrar a luz sem medo ou proteção alguma (há semicobertos).

A casa fecha-se na posterior

A casa encontra-se claramente posicionada no lado do terreno com a pior orientação para favorecer a entrada de luz não só na habitação, mas também no próprio terreno, fechando-se neste lado. A fachada principal está voltada para a luz, como referimos anteriormente, e aberta em toda a sua plenitude.

A entrada na casa faz-se através deste espaço posterior, e podemos notar a ausência de grandes aberturas. As que existem estão adaptadas a esta parte da fachada e aos espaços aí localizados.

Continuidade interior

Esta estrutura de revestimento não tem continuidade no interior, exceto pelas referências de enquadramento dos espaços que dão as paredes exteriores quando para elas olhamos, e se manifestam dentro da casa como áreas separadas, mas ligadas por aberturas largas com painéis deslizantes, para permitir alternar entre os conceitos de aberto e fechado entre os espaços.

Unidos e separados

Os espaços interiores foram separados em ambientes bem definidos, onde transcorre cada uma das atividades da vida familiar, num toque de modernidade absoluto e com uma paleta de cores muito atual, de inspiração minimalista. 
A cozinha, a sala de estar e a sala de jantar estão separadas, mas podem comunicar através de passagens fechadas com painéis deslizantes, ocultos por dentro das paredes divisórias e uma relação cromática direta com estas.

O significado do detalhe

Associamos o uso da pedra na antiguidade a um grande peso específico da alvenaria, feita inteiramente empilhando unidades de algum tipo de pedras com argamassa. Esta construção tradicional de edifícios faz parte do imaginário coletivo de uma sociedade que vê neste tipo de construção uma conexão com o seu passado, mas também uma expressão da sua identidade construtiva.

Esta escolha não se queda por uma questão meramente figurativa, mas também por uma profunda relação com o lugar e as suas tradições, que se reflete na resolução de novos detalhes de construção que permitam refletir essas características de edifícios antigos. A integração do edifício na envolvente é uma preocupação permanente e muito presente neste projeto em particular!

Se gostou deste projeto, recomendamos que leia também o artigo ’Uma casa de madeira moderna e soalheira!’

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