Quando se decora uma casa—tanto o interior como o exterior—há uma miríade de elementos a considerar. Por norma, começa-se pelas peças maiores que são consideradas indispensáveis. A iluminação não está, porventura, no topo da sua lista, mas lembre-se que é essencial para valorizar os ambientes de uma casa (ou espaço comercial) e para melhorar a qualidade de vida dos moradores. Na verdade, é tão importante que o ideal é ter um arquitecto, um arquitecto de interiores, um decorador ou um designer de interiores a fazer o projecto de iluminação. Há, aliás, profissionais que se dedicam apenas a essa vertente.
Recordamo-lo, além do mais, de que há regras diferentes para cada espaço da casa. O projecto de iluminação de uma cozinha, uma divisão onde a funcionalidade é crucial, não é igual ao de uma sala de estar ou de um quarto onde se procura uma atmosfera serena e repousante.
Hoje, partilhamos consigo algumas informações que consideramos úteis no que concerne à iluminação.
A iluminação é uma ferramenta importante devido ao diálogo que estabelece com o espaço, as superfícies, as texturas, as formas, as cores e, acima de tudo, com as pessoas que se movimentam nesses ambientes. Um bom projecto de iluminação não beneficia o espaço apenas do ponto de vista estético: é, também, basilar para promover o bem-estar e, se for o caso, a produtividade das pessoas. Um espaço aborrecido e pouco prático pode transformar-se por completo com a mera adição de pontos de luz.
De uma forma sucinta, o que se entende por design de iluminação? Podemos esmiuçar
o conceito, dividindo-o em três partes:
A parte artística: a um projecto de iluminação está sempre inerente uma filosofia ou narrativa no que toca ao design. Os arquitectos, designers de interiores e decoradores têm a capacidade de olhar para o espaço de forma criativa. É, de resto, a imaginação que conduz o processo de pensar a iluminação para um espaço.
A parte científica: depois da estética, vem a parte científica que diz respeito ao modo como a luz reage aos diferentes materiais, superfícies e cores. Um designer sabe, naturalmente, como a luz funciona e tem, também, em conta a luz natural que não pode ser descurada.
A parte tecnológica: a tecnologia, como sabemos, evolui a uma velocidade alucinante. Actualmente, já não faz, por exemplo, sentido não apostar em lâmpadas LED. São as mais eficientes, duradouras e amigas do ambiente, tanto que vamos dedicar uma parte deste artigo apenas ao assunto. Os designers estão sempre a par das novas tecnologias, pelo que sabem atingir os resultados desejados e optimizar o orçamento.
Num mundo em que as preocupações ambientais estão na ordem do dia, seria impensável não abordar o tema da iluminação LED. São cada vez mais as famílias que procuram adquirir hábitos sustentáveis. Entre eles, está a necessidade de reduzir significativamente o consumo de energia de forma a minimizar o impacto ambiental e, claro está, os gastos mensais. É um daqueles casos em que o útil e o agradável se juntam para bem de todos.
Mas quais são, afinal, as vantagens da iluminação LED?
As luzes incandescentes propiciam uma iluminação quente e amarelada, mas as LED existem num vasto leque de cores. Para o interior da sua casa, estará, por certo, à procura de uma luz que difunda uma cor mais próxima da das luzes incandescentes. Neste sentido, as cores mais populares são o warm white, o soft white e o bright white. As primeiras duas produzirão uma matiz próxima das incandescentes, ao passo que a última produzirá uma luz similar à luz do dia, tal como a que vemos nas grandes superfícies comerciais. Quando escolher, lembre-se desta fórmula: a temperatura da luz é medida em kelvins. Quanto menos kelvins, mais amarela a luminosidade. Assim, a luz típica estará algures entre os 2700K e os 3500K.
De todas as divisões da casa, a cozinha é, porventura, a que concentra actividades mais variadas, sobretudo se estiver combinada com a zona de refeições e a de estar.
Ao planear a iluminação da cozinha, seja organizado: considere as actividades que leva a cabo nesta divisão e que tipo de iluminação precisa para cada uma delas. Mais uma vez, reforçamos que um designer de interiores pode dar-lhe uma enorme ajuda neste sentido.
A nossa sugestão é que trabalhe o projecto de iluminação por camadas:
Iluminação de tarefa: é o tipo de iluminação à qual está associado um lado mais prático. Na cozinha, precisa que todas as superfícies de trabalho estejam bem iluminadas para poder preparar os alimentos sem constrangimentos.
Iluminação de realce: as luzes de realce são as que põem em evidência os elementos de destaque dentro da cozinha. Se a sua cozinha tem uma ilha central ou uma mesa, pode suspender candeeiros sob o comprido que desemboquem sobre as mesmas. A iluminação de realce também inclui as tiras LED que se colocam sob as prateleiras dos armários—como se vê na imagem acima—ou os candeeiros de parede que dão destaque aos quadros ou a outras peças de decoração suspensas.
Iluminação ambiente: a iluminação ambiente é a que está no background e que cria, como o próprio nome indica, ambiente no espaço. Em certos aspectos, confunde-se com a iluminação de realce. Não hesite em colocar candeeiros na cozinha para criar uma atmosfera acolhedora e confortável para os momentos em que não está a cozinhar, mas apenas a desfrutar do espaço. Aposte em dimmers para regular a intensidade dos pontos de luz.
A cozinha não deve ter apenas um circuito, isto é, deve ter sistemas independentes. Imagine a sua actividade no espaço: quando está a cozinhar, não tem, necessariamente, que ter as luzes da zona de refeições ligadas. Por outro lado, enquanto janta, não precisa que as bancadas estejam iluminadas. Logo, a iluminação de cada zona deve ser activada por um interruptor diferente. Também aqui importa pensar na forma como vai usar o espaço e que luzes quer ter ligadas ao mesmo tempo. Não há uma regra de ouro, visto que as famílias têm dinâmicas diferentes. Se o seu projecto for executado por um designer ou arquitecto, não se esqueça de deixar bem claras as suas necessidades.
Quando pensamos na iluminação de um espaço, vem-nos, de imediato, à mente, o candeeiro de tecto e os candeeiros de pé e de mesa. No entanto, nem sempre nos lembramos dos candeeiros de parede que, para além de muito elegantes, complementam os demais e são uma mais-valia para espaços pequenos, visto que não ocupam espaço no chão ou sobre os móveis.
Os candeeiros de parede constituem, além do mais, uma alternativa original às soluções mais tradicionais. Neste quarto, por exemplo, os designers optaram pela colocação de um candeeiro de parede de cada lado da cama. Na casa de banho, os candeeiros de parede ficam igualmente bem e são, aliás, uma opção recorrente para ladear os espelhos. Não menos importantes são os corredores e as escadas, espaços para os quais os candeeiros de parede são, novamente, uma escolha popular.
Há vários tipos de candeeiros de parede: os que projectam a luz para cima, os que projectam a luz para baixo, os que servem o propósito de iluminar quadros e os que têm braço flexível para auxiliar a leitura.
Terminamos o nosso livro de ideias no exterior. Por que se deve iluminar o exterior?
A primeira razão é óbvia: por uma questão de segurança. Uma área de exterior imersa em penumbra não inspira confiança. Afinal de contas, uma casa sem luz é uma casa que, aparentemente, está vazia, tornando-se, assim, mais aliciante para os ladrões. Todavia, e como é natural, a luz de exterior não resolve totalmente este problema. Será sempre oportuna a instalação de um bom sistema de alarme e de fechaduras robustas.
Ao instalar luzes no exterior, olhe e pense quais são os locais onde alguém se poderia esconder. Depois de os descobrir, ilumine-os. Deixar bolsos escuros pode criar uma sensação de medo e de apreensão, o que é natural, pois o ser humano tende a temer o que não vê e o desconhecido. Para controlar gastos, pode instalar luzes de exterior controladas pela própria luz solar ou por controlo remoto.
À luz está também aliada uma forte componente estética. Tudo fica melhor quando iluminado e pode servir-se de pontos de luz estrategicamente colocados para evidenciar o que de melhor tem o seu jardim, seja uma planta, uma árvore ou um caminho.
Se a área de exterior for usada para receber pessoas e momentos de convívio, também não se pode dispensar a iluminação. A iluminação é elementar para se alcançar uma atmosfera de conforto e de bem-estar e para se criar um espaço onde as pessoas possam circular facilmente.
Os projectos de iluminação podem, também, servir para sinalizar áreas mais perigosas. Este ponto vai, de certa forma, ao encontro do primeiro. Se tem uma casa com crianças ou animais domésticos, é importante, por exemplo, iluminar o perímetro da piscina. Há outros pormenores em que não pensamos, mas que devem ser tidos em conta. Deve-se sempre calcular as sombras que a luz vai gerar e se elas não enganam a visão acabando por provocar acidentes. Em degraus, é preferível usar luzes de nicho. Para além de seguras, ficam muito bem. Depois de cobertos estes aspectos, atreva-se a brincar com a luz, criando efeitos artísticos e fazendo com que o seu jardim pareça saído de um verdadeiro resort de luxo.