A importância de um bom projecto de iluminação numa casa!

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Quando se decora uma casa—tanto o interior como o exterior—há uma miríade de elementos a considerar. Por norma, começa-se pelas peças maiores que são consideradas indispensáveis. A iluminação não está, porventura, no topo da sua lista, mas lembre-se que é essencial para valorizar os ambientes de uma casa (ou espaço comercial) e para melhorar a qualidade de vida dos moradores. Na verdade, é tão importante que o ideal é ter um arquitecto, um arquitecto de interiores, um decorador ou um designer de interiores a fazer o projecto de iluminação. Há, aliás, profissionais que se dedicam apenas a essa vertente.

Recordamo-lo, além do mais, de que há regras diferentes para cada espaço da casa. O projecto de iluminação de uma cozinha, uma divisão onde a funcionalidade é crucial, não é igual ao de uma sala de estar ou de um quarto onde se procura uma atmosfera serena e repousante.

Hoje, partilhamos consigo algumas informações que consideramos úteis no que concerne à iluminação.

1. A importância de um bom projecto de iluminação

A iluminação é uma ferramenta importante devido ao diálogo que estabelece com o espaço, as superfícies, as texturas, as formas, as cores e, acima de tudo, com as pessoas que se movimentam nesses ambientes. Um bom projecto de iluminação não beneficia o espaço apenas do ponto de vista estético: é, também, basilar para promover o bem-estar e, se for o caso, a produtividade das pessoas. Um espaço aborrecido e pouco prático pode transformar-se por completo com a mera adição de pontos de luz.

De uma forma sucinta, o que se entende por design de iluminação? Podemos esmiuçar o conceito, dividindo-o em três partes:

A parte artística: a um projecto de iluminação está sempre inerente uma filosofia ou narrativa no que toca ao design. Os arquitectos, designers de interiores e decoradores têm a capacidade de olhar para o espaço de forma criativa. É, de resto, a imaginação que conduz o processo de pensar a iluminação para um espaço.

A parte científica: depois da estética, vem a parte científica que diz respeito ao modo como a luz reage aos diferentes materiais, superfícies e cores. Um designer sabe, naturalmente, como a luz funciona e tem, também, em conta a luz natural que não pode ser descurada.

A parte tecnológica: a tecnologia, como sabemos, evolui a uma velocidade alucinante. Actualmente, já não faz, por exemplo, sentido não apostar em lâmpadas LED. São as mais eficientes, duradouras e amigas do ambiente, tanto que vamos dedicar uma parte deste artigo apenas ao assunto. Os designers estão sempre a par das novas tecnologias, pelo que sabem atingir os resultados desejados e optimizar o orçamento.

2. Iluminação LED: quais são as principais vantagens?

Num mundo em que as preocupações ambientais estão na ordem do dia, seria impensável não abordar o tema da iluminação LED. São cada vez mais as famílias que procuram adquirir hábitos sustentáveis. Entre eles, está a necessidade de reduzir significativamente o consumo de energia de forma a minimizar o impacto ambiental e, claro está, os gastos mensais. É um daqueles casos em que o útil e o agradável se juntam para bem de todos.

Mas quais são, afinal, as vantagens da iluminação LED?

  • As luzes LED são duráveis. Esta é, sem dúvida, uma das principais vantagens. Os diodos têm um tempo de vida operacional de mais de 100 000 horas. Isto significa que uma LED permanentemente ligada duraria cerca de 11 anos. Ora, como partimos do pressuposto de que isso não vai acontecer, a durabilidade pode exceder largamente este prazo. Acrescente-se, ainda, que as LED, ao contrário das lâmpadas tradicionais, não queimam e param de funcionar repentinamente: vão ficando menos brilhantes aos poucos.
  • A iluminação LED é energeticamente eficiente. As LED são, actualmente, a fonte de iluminação mais eficiente, com uma eficiência energética de entre 80%—90% em comparação com as lâmpadas comuns. Isto significa que cerca de 80% de energia eléctrica é transformada em luz, enquanto aproximadamente 20% se converte noutra forma de energia como é o caso do calor.
  • As luzes LED são altamente resistentes e suportam condições adversas. São resistentes a choques, impactos externos e vibrações, o que as torna ideais para o exterior.
  • As LED são livres de químicos tóxicos e 100% recicláveis, pelo que podem ajudá-lo a reduzir a sua pegada de carbono em até um terço.
  • As LED emitem muito pouca luz infravermelha e perto de nenhuma radiação UV. Assim, são adequadas não só para bens e materiais sensíveis ao calor como também para objectos sensíveis aos raios UV como, por exemplo, peças de arte.
  • Já não suporta os insectos a voar em torno da sua lâmpada? As LED, como não emitem radiação ultravioleta, afastam os insectos. Estamos certos de que esta vantagem pode ser decisiva para muitas casas onde, no Verão, se torna quase impossível estar.

Escolha LEDs com cores adequadas

As luzes incandescentes propiciam uma iluminação quente e amarelada, mas as LED existem num vasto leque de cores. Para o interior da sua casa, estará, por certo, à procura de uma luz que difunda uma cor mais próxima da das luzes incandescentes. Neste sentido, as cores mais populares são o warm white, o soft white e o bright white. As primeiras duas produzirão uma matiz próxima das incandescentes, ao passo que a última produzirá uma luz similar à luz do dia, tal como a que vemos nas grandes superfícies comerciais. Quando escolher, lembre-se desta fórmula: a temperatura da luz é medida em kelvins. Quanto menos kelvins, mais amarela a luminosidade. Assim, a luz típica estará algures entre os 2700K e os 3500K.

Que LED usar em cada parte da casa?

  • Para o hall de entrada, recomendamos uma luz com efeito amarelado de 2700K. Nem todas as casas têm hall de entrada, mas é o primeiro espaço com que nos deparamos ao chegar, por isso a atmosfera deve ser aconchegante e convidativa.
  • Para a sala de estar, deixamos a mesma opção (efeito amarelado de 2700K). Em salas pequenas ou baixas, evite luzes incandescentes para não aquecer o ambiente.
  • Para o corredor, sugerimos uma luz LED de 4500K com uma matiz entre o branco e o amarelo. Nesta área da casa, queremos conforto, mas também funcionalidade.
  • Na cozinha e na casa de banho, privilegie tons mais frios. Se tiver uma área de refeições dentro da cozinha, aposte em candeeiros suspensos com matiz amarelada. Afinal de contas, ao cozinhar precisamos de superfícies bem iluminadas, mas, na mesa, procuramos conforto e intimismo.
  • Para o quarto, voltamos a sugerir luzes amareladas. São tudo o que precisa para um bom repouso. Use abajures ou instale-as indirectamente.

3. Iluminação de cozinha: os diferentes tipos

De todas as divisões da casa, a cozinha é, porventura, a que concentra actividades mais variadas, sobretudo se estiver combinada com a zona de refeições e a de estar.

Ao planear a iluminação da cozinha, seja organizado: considere as actividades que leva a cabo nesta divisão e que tipo de iluminação precisa para cada uma delas. Mais uma vez, reforçamos que um designer de interiores pode dar-lhe uma enorme ajuda neste sentido.

A nossa sugestão é que trabalhe o projecto de iluminação por camadas:

Iluminação de tarefa: é o tipo de iluminação à qual está associado um lado mais prático. Na cozinha, precisa que todas as superfícies de trabalho estejam bem iluminadas para poder preparar os alimentos sem constrangimentos.

Iluminação de realce: as luzes de realce são as que põem em evidência os elementos de destaque dentro da cozinha. Se a sua cozinha tem uma ilha central ou uma mesa, pode suspender candeeiros sob o comprido que desemboquem sobre as mesmas. A iluminação de realce também inclui as tiras LED que se colocam sob as prateleiras dos armários—como se vê na imagem acima—ou os candeeiros de parede que dão destaque aos quadros ou a outras peças de decoração suspensas.

Iluminação ambiente: a iluminação ambiente é a que está no background e que cria, como o próprio nome indica, ambiente no espaço. Em certos aspectos, confunde-se com a iluminação de realce. Não hesite em colocar candeeiros na cozinha para criar uma atmosfera acolhedora e confortável para os momentos em que não está a cozinhar, mas apenas a desfrutar do espaço. Aposte em dimmers para regular a intensidade dos pontos de luz.

Iluminação de cozinha: circuitos

A cozinha não deve ter apenas um circuito, isto é, deve ter sistemas independentes. Imagine a sua actividade no espaço: quando está a cozinhar, não tem, necessariamente, que ter as luzes da zona de refeições ligadas. Por outro lado, enquanto janta, não precisa que as bancadas estejam iluminadas. Logo, a iluminação de cada zona deve ser activada por um interruptor diferente. Também aqui importa pensar na forma como vai usar o espaço e que luzes quer ter ligadas ao mesmo tempo. Não há uma regra de ouro, visto que as famílias têm dinâmicas diferentes. Se o seu projecto for executado por um designer ou arquitecto, não se esqueça de deixar bem claras as suas necessidades.

4. Candeeiros de parede

Quando pensamos na iluminação de um espaço, vem-nos, de imediato, à mente, o candeeiro de tecto e os candeeiros de pé e de mesa. No entanto, nem sempre nos lembramos dos candeeiros de parede que, para além de muito elegantes, complementam os demais e são uma mais-valia para espaços pequenos, visto que não ocupam espaço no chão ou sobre os móveis.

Os candeeiros de parede constituem, além do mais, uma alternativa original às soluções mais tradicionais. Neste quarto, por exemplo, os designers optaram pela colocação de um candeeiro de parede de cada lado da cama. Na casa de banho, os candeeiros de parede ficam igualmente bem e são, aliás, uma opção recorrente para ladear os espelhos. Não menos importantes são os corredores e as escadas, espaços para os quais os candeeiros de parede são, novamente, uma escolha popular.

Há vários tipos de candeeiros de parede: os que projectam a luz para cima, os que projectam a luz para baixo, os que servem o propósito de iluminar quadros e os que têm braço flexível para auxiliar a leitura.

5. Iluminação exterior

Terminamos o nosso livro de ideias no exterior. Por que se deve iluminar o exterior? 

A primeira razão é óbvia: por uma questão de segurança. Uma área de exterior imersa em penumbra não inspira confiança. Afinal de contas, uma casa sem luz é uma casa que, aparentemente, está vazia, tornando-se, assim, mais aliciante para os ladrões. Todavia, e como é natural, a luz de exterior não resolve totalmente este problema. Será sempre oportuna a instalação de um bom sistema de alarme e de fechaduras robustas. 

Ao instalar luzes no exterior, olhe e pense quais são os locais onde alguém se poderia esconder. Depois de os descobrir, ilumine-os. Deixar bolsos escuros pode criar uma sensação de medo e de apreensão, o que é natural, pois o ser humano tende a temer o que não vê e o desconhecido. Para controlar gastos, pode instalar luzes de exterior controladas pela própria luz solar ou por controlo remoto. 

À luz está também aliada uma forte componente estética. Tudo fica melhor quando iluminado e pode servir-se de pontos de luz estrategicamente colocados para evidenciar o que de melhor tem o seu jardim, seja uma planta, uma árvore ou um caminho. 

Se a área de exterior for usada para receber pessoas e momentos de convívio, também não se pode dispensar a iluminação. A iluminação é elementar para se alcançar uma atmosfera de conforto e de bem-estar e para se criar um espaço onde as pessoas possam circular facilmente.

Os projectos de iluminação podem, também, servir para sinalizar áreas mais perigosas. Este ponto vai, de certa forma, ao encontro do primeiro. Se tem uma casa com crianças ou animais domésticos, é importante, por exemplo, iluminar o perímetro da piscina. Há outros pormenores em que não pensamos, mas que devem ser tidos em conta. Deve-se sempre calcular as sombras que a luz vai gerar e se elas não enganam a visão acabando por provocar acidentes. Em degraus, é preferível usar luzes de nicho. Para além de seguras, ficam muito bem. Depois de cobertos estes aspectos, atreva-se a brincar com a luz, criando efeitos artísticos e fazendo com que o seu jardim pareça saído de um verdadeiro resort de luxo. 

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